Meu aluno com TEA-Transtorno do Espectro Autista

“Após me apresentar na escola, assumi uma turma inclusiva com 15 alunos, sendo dois deles diagnosticados com TEA-Transtorno do Espectro Autista. Na sala de aula há uma monitora para acompanhar os dois alunos com autismo. Certo dia, um deles começou a gritar, espernear e se jogar no chão e a monitora já não sabia mais o que fazer.
Eu observei tudo. Segui em direção a ele, cheguei perto e o abracei. Em seguida, falei no ouvido dele: “Está tudo certo! Eu vejo você!” E nesse abraço eu respirei todo amor dos meus pais por mim e o amor dos pais dele por ele. E concordei com ele do jeitinho que ele é.
Pronto! Foi o suficiente. Ele levantou-se do chão e sentou-se no lugar. E eu continuei a aula para todos.
Vibrei de alegria!”

Professora: Vanda Dorea

Talvez ao ler o relato você pergunte: Professora Hellen, só isso? Mas ele tem um diagnóstico de autista.
E a resposta é sempre a mesma: sim! Uma simples e ao mesmo tempo profunda intervenção.
É profunda no momento em que o professor concorda com o aluno e com o sistema familiar dele do jeito que é. É simples quando o professor consegue olhar para o aluno apenas como aluno. Não importa qual o diagnóstico nesse momento. O que importa é o aluno. Ele se sentir pertencente.
Uma criança com ou sem diagnóstico quer se sentir pertencente ao grupo de alunos. Todos fazem parte dessa linha que forma o grupo em sala de aula. O aluno vê a professora no momento em que ela olha amorosamente para ele e inclui todo o sistema familiar, sem julgamento. Ela concorda com ele do jeito que ele é, sem saber nada de sua história. A criança sente um respeito absoluto pela professora e abre um espaço para aprender com ela.

“Nenhum aluno resiste ao olhar amoroso de um professor”.

Um olhar que chega no aluno cheio de concordância, humildade e neutralidade. Não tem preço receber o depoimento da professora Vanda que está experimentando a postura sistêmica. Alegria e leveza estavam vibrando na voz da professora ao fazer o relato. Foi emocionante escutá-la!
Gratidão ao Bert Hellinger por nos apresentar as leis do amor. Leis naturais. Vida.
Gratidão à professora Vanda Dorea por confiar na abordagem sistêmica e seguir.

Hellen Vieira da Fonseca, 2018.

Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação/Brasília-DF