Coordenação Pedagógica: experimentando o conhecimento sistêmico
No decorrer de 2006 foi necessária mais uma troca de coordenador em uma das áreas de atendimento. Muitos sentimentos vieram à luz durante a reunião, os quais não relatarei aqui. Direi apenas que ficou definido um coordenador temporário até o encerramento do ano letivo.
Ao final da reunião, propus um exercício antes de encerrarmos aquele momento. Pedi a todos os professores que escolhessem um colega e formassem uma dupla, bem como que ficassem de frente um para o outro e se olhassem nos olhos. Disse-lhes que iriam trabalhar representando outra pessoa. Pedi-lhes que decidissem quem representaria o professor e quem representaria o coordenador, que ficassem em silêncio esperando o comando, apenas olhando nos olhos.
Começamos com o representante do professor dizendo para o representante do coordenador:
“Eu não gosto de você”.
“Eu não aceito você”.
“Eu não confio no seu trabalho”.
“Se estivesse em seu lugar, faria melhor”.
Fiz a pergunta aos que estavam representando o coordenador: “Como se sente o coordenador ouvindo o que o professor disse?”
Quem estava representando o coordenador respondeu: “Péssimo, dói por dentro, muito mal, é horrível”. Pedi que se concentrassem outra vez e que iríamos refazer.
O representante do professor olha para o representante do coordenador e diz:
“Eu gosto de você”;
“Eu concordo com você do jeito que é”;
“Eu acredito em você. Se houver algo que eu possa fazer para colaborar com o trabalho, estou disposto”.
Perguntei a todos que representavam o coordenador como estavam se sentindo naquele momento: “Estou emocionado. Aliviado e leve; mais forte para atuar”.
Fizemos uma breve reflexão de como nossos sentimentos poderiam estar interferindo em tudo que havíamos falado naquele dia e falamos também sobre o respeito à hierarquia e como o fato de estar feliz no meu lugar fazia tudo ficar mais leve. Foi interessante observar a recepção para o novo coordenador. Todos estavam alegres, demonstrando colaboração e respeito a ele. Como este coordenador era temporário, ele ainda teve algumas dificuldades, mas para o coordenador do ano seguinte foi bem mais leve.
De acordo com Stam (2006, p. 40), “Um lugar pode se tornar sobrecarregado quando, por exemplo, uma pessoa deixa o emprego de maneira desagradável. Isso pode acontecer através de um infortúnio, um conflito não resolvido, um acontecimento como um acidente ou pelo falecimento do dono anterior daquela função ou ainda quando alguém simplesmente é excluído ou demitido injustamente”.
Realmente estas são questões que aparecem também dentro de uma escola e o conhecimento sistêmico permite olhar para determinadas funções em que as trocas são constantes, trazendo à luz possibilidade de soluções.
Hellen Vieira da Fonseca, 2006.
Bibliográfica:
STAM, Jan Jacob. A alma do negócio: as constelações organizacionais na prática. Patos de Minas: Editora Atman, 2006, p. 39-40.
1 Comentário
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